2 motivos de como Arquitetura e Urbanismo me transformou como pessoa

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Quem me conhece pode dizer melhor do que eu mesma que não sou uma Arquiteta com A maiúsculo. Não tenho a vocação do desenho, paciência para muitos detalhes e empolgação para criação.

Porém, escolher Arquitetura e Urbanismo me transformou como pessoa e profissional por 2 motivos.

E conectando hoje os pontos me sinto extremamente feliz por ter feito essa escolha.

Motivo 1: a importância do todo

Estudar urbanismo confesso que não era nem de perto um desejo. Todas as expectativas quanto a essa “matéria” eram negativas. Mas fui abençoada com mestres que foram capazes de me apaixonar por este assunto. Urbanismo nos faz pensar no todo, no aspecto social, econômico, ambiental. Ou seja, preciso entender a necessidade da população, desenhar um projeto para ela. Preciso que este projeto faça fluir uma movimentação de pessoas suficientes para que a cidade seja economicamente viável. Sem emprego, não tem pessoas, sem pessoas não tem cidade. Neste momento, meu instinto empreendedor com certeza começou a ser lapidado.

Pensar em uma cidade sem pensar em um plano de negócio é até esquisito pra mim.

Eu preciso pensar como a cidade ou a região vai se diferenciar perante as cidades próximas e até nacionalmente. Poderia dizer que até mundialmente se eu for muito criativa e tiver parceiros dispostos. No aspecto ambiental então, nem se fala, entender que as áreas verdes precisam ser preservadas é relativamente óbvio. Mas fazer isso e criar um ambiente urbano denso de qualidade é que está o desafio. Planejar parques, unidades de preservação e conservação, sim, isso também está no nosso escopo.

Aliás, não basta preservar.

Fazer só isso não valeria de nada.

O papel também é educar a população, criar estímulos, interação e integrar a população com este plano. Neste caso, até em leis de incentivo e políticas públicas precisamos pensar. Integrar especialistas de diversas áreas técnicas do projeto, intermediar, administrar conflitos e interesses, entender realmente o que é relevante para o sucesso do projeto, ser paciente até todos os locutores chegarem em um acordo. Enfim, urbanismo me fez entender que não posso, nunca, em qualquer atividade que eu exerça pensar apenas em um lado, em um fim, em um interesse. Isso seria egoísmo, isso seria um erro, porque no final o projeto não funcionaria, não “rodaria”, não seria viável. É uma profundidade incrível.

Motivo 2: a importância da simplificação

O segundo motivo é que depois de ter que pensar em tudo, em todos, integrar todos os especialistas, compatibilizar os projetos, enfim, um trabalhão mesmo! Eu ainda preciso apresentar este projeto pro professor, pra banca, pra comunidade ou pro investidor.

Eu preciso convencer, vender e encantar.

Não é fácil, mas é desafiador. Depois de todo o trabalho, que até aí deu certo, é impossível eu não me apaixonar pelo projeto. E de maneira nenhuma posso ou vou deixar de conquistar esta “última etapa”. Mas meu Deus, como vou me fazer clara o suficiente para que todos entendam quantas coisas foram estudadas para mostrar que realmente tudo está de acordo e que sim vai funcionar!

E mais, vai ser bom para TODOS.

A etapa de desenhar e montar a apresentação me ensinaram que simplificar é o caminho. Sabe a frase “quer que eu desenhe?”, é piada mas esta é a maneira realmente mais eficaz de se comunicar. Palavras difíceis? Textos enormes?

Deleta.

A não ser que seu público seja técnico e intelectual (mas aí você está pensando apenas em um lado). O meu lema de uma apresentação de sucesso sempre foi “quanto menos palavras melhor”. E lembra que eu não tenho vocação para desenhar? É, na época da faculdade era na base dos homenzinhos de palito de fósforo mesmo (Arquitetos mesmo desenham “calungas”). Mas todos entendiam, todos saíam felizes. Eram homenzinhos de palito de fósforo bem simpáticos, também não era qualquer um, tinha capricho e amor. Desenhar para explicar o meu pensamento e mostrar que meu projeto era possível me mostrou que não só com projeto, mas qualquer relatório ou cronograma que eu precise apresentar, eu preciso ser muito clara. Se a pessoa bater o olho na minha apresentação e não entender o core do assunto em 15 segundos eu falhei. A pessoa vai gastar mais tempo tentando entender o “desenho” do que no resultado em si da questão. Sem contar que a maneira como apresentamos os dados eleva de uma forma exponencial nosso nível de percepção da questão apresentada, e o resultado disso? Somos mais criativos para as soluções, saímos da curva, fazemos diferença no mundo.

E é por isso que Arquitetura e Urbanismo me fascina. Porque não se trata de uma disciplina, se trata de um mundo inteiro. É tão maravilhoso e verdadeiro que seus ensinamentos podem ser aplicados em qualquer área. Até em uma simples apresentação de powerpoint que, com profundidade e simplicidade, poderá mudar a maneira como as pessoas vivem. 🙂

#reflexão

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